sexta-feira, dezembro 21, 2007

O neoliberalismo e a Saude


Na área da Saúde, o neoliberalismo baseia-se na lógica economicista. Aproveitando-se da crítica à “falência dos sistemas públicos de saúde”, provocada fundamentalmente pela falta de recursos financeiros e pelo descompromisso dos governos com a Saúde, interessados na consolidação do projecto neoliberal, asfixia-se cada vez o financiamento para o sector, numa deliberada acção governamental para destruí-los. Enquanto isso, propõe-se a privatização de hospitais e serviços públicos, submetendo a Saúde à lógica de mercado. Aprofunda-se o processo de desmembramento do sector público, enfraquecendo e desrespeitando o controle social, através dos baixos e congelados salários demissões, fecho de leitos, falta de medicamentos e materiais, etc. Do ponto de vista ideológico, argumentam para a opinião pública que a crise é determinada pelo corporativismo e ineficiência do Estado e que, portanto, a saída se dará através da progressiva privatização, ficando o Estado responsável, quando muito, pelas acções básicas de saúde e as medidas de saúde pública. O restante deverá ser assumido, pela proposta neoliberal, pelo sector privado e controlado não mais pela sociedade, mas sim pelas regras de mercado.
É a “cesta básica da saúde”, coerente com as propostas originadas no chamado “Consenso de Washington”.É verdade que a dinâmica das políticas de saúde, ao longo da década de 80/90, em vários países, permitiu crescente grau de universalização, garantindo-se a Saúde como direito de cidadania e como dever do Estado. Mas também é verdade que, em função do conjunto de interesses, esta universalização se deu de forma excludente, discriminatória, com distribuição selectiva de serviços de saúde a partir de mecanismos racionalizadores para diferentes cidadanias e fixada na atenção médica. Um sistema de doença perversamente sem equidade e socialmente injusto. Apesar de tudo, remando contra a maré, têm sido realizadas reformas sanitárias em diversos países que consegue romper com a lógica corporativista e patrimonialista e ingressar numa linha de reconhecimento do direito de cidadania.Daí a importância, para aqueles que defendem a construção de uma sociedade justa e fraterna, onde a defesa da vida e da saúde sejam uma realidade, de lutar de forma eficaz contra o projecto neoliberal. Esta opção neoliberal não pode dar certo porque, entre outros motivos:1. a saúde é inerente à vida e à morte:- não um bem passível de troca num mercado, que se estabelece na relação entre a consciência do profissional de saúde e a confiança do cliente.- a saúde está condicionada ao acesso a outros bens e serviços.- o carácter aleatório no aparecimento das doenças.- sua lógica rompe os laços de solidariedade social.2. porque a experiência internacional comprova que os mecanismos de mercado funcionam perversamente no campo sanitário. 3. essa lógica privada penaliza e condena os velhos e portadores de males crónicos que não podem pagar por serviços.4. a dinâmica do procjeto neoliberal em todo o mundo aponta para o aprofundamento das desigualdades sociais (aparthaid social).
Não podemos aceitar que a lógica económica neoliberal signifique a destruição de políticas públicas que representem a garantia de cidadania e a defesa da vida e que estejam fundamentadas técnica, científica, económica e juridicamente e que possuam densidade social. A vida não é uma mercadoria. Há outras coisas que demonstram como as medidas neoliberais são contrárias aos sectores mais pobres. Não é nosso objectivo apresentá-las todas aqui. Mas é importante que, no debate ideológico, não se aceite a Teoria do “Fim da História” de Fukuyama, desqualificando as críticas ao neoliberalismo. Não se trata, aqui, de inventar imperfeições a esta corrente da economia, mas de constatar e demonstrar as suas perversas consequências. O Neoliberalismo comporta-se, segundo o historiador Hobsbawm, como “um sistema individualista puramente utilitário de comportamento social, a selvagem anarquia da sociedade burguesa, teoricamente justificada por seu lema: cada um por si e Deus por todos”.


(Ademar Arthur Chioro dos Reis)


a cartilha neoliberal (2)

Quando digo (Post a cartilha neoliberal de 17.12.07) “com total desprezo pelo ser individual”, não quero dizer, obviamente, com total desprezo pelo indivíduo em particular; são coisas totalmente distintas. Trata-se de uma expressão no seu sentido ideológico, filosófico e não no sentido vulgar. Recordo-me da frase de Lenine “comunista sim, mas não ao ponto de emprestar a minha escova de dentes”. Toda a doutrina marxista vai seguramente no sentido da maior abnegação e procura da maior solidariedade e igualdade entre os homens, mas não é essa a questão.
Como seguramente será de fácil observação, a doutrina que esquematicamente expus, a unidade dialetica de dois contrários – o ser individual e o ser social nunca antes a encontrei enunciada e contradiz, Marx, Engels e Lenine mas estará, segundo creio, bem próxima da verdade histórica.
O colapso do socialismo na URSS deverá ter consequências ideológicas e filosóficas e os homens amantes da solidariedade e igualdade terão que se “armar” com novas ideias no combate a este neoliberalismo, a este capitalismo selvagem que avança por esse mundo fora. Um dos sucessos do neoliberalismo estará precisamente na incapacidade que os trabalhadores, os cidadãos demonstram, em se oporem ideologicamente ao “modernismo” neoliberal, com uma nova doutrina mobilizadora. As doutrinas comunistas e, ou, socialistas actuais, as únicas que opõem alguma resistência, (já que o “socialismo democrático” ou a pseudo social democracia dos nossos dias, tomaram como seus todos os ideais neoliberais), com os mesmos fundamentos ideológicos do passado, porque em desarmonia com a realidade, não são credíveis nem possuem força capaz de se oporem com êxito a esta “modernidade” neoliberal que gera empobrecimento e as maiores desigualdades sociais.
Mas uma nova alternativa ideológica mobilizadora surgirá seguramente.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

SEM COMENTÁRIOS

O complexo verniz matemático utilizado pelos economistas modernos encobre proposições bastantes simples e perfeitamente passíveis de serem expressas em lógica discursiva. Trata-se de uma violação do princípio do método científico conhecido como navalha de Occam, segundo o qual, resumindo grosseiramente, não se deve complicar desnecessariamente o que pode ser enunciado de modo mais simples. A panóplia de curvas, equações e modelos matemáticos serve para dar aos economistas a ilusão de contarem com um instrumental metodológico altamente científico, copiado das ciências exactas, que confunde e atemoriza o não-especialista. Mas acima de tudo serve para ocultar o absurdo e a falta de lógica das suas proposições básicas, que, se expostas claramente, não enganariam nenhum crítico inteligente.

O neoliberalismo e a Educação


Qualidade total, modernização da escola, adequação do ensino à competitividade do mercado internacional, nova vocacionalização, incorporação das técnicas e linguagens da informática e da comunicação, abertura da universidade aos financiamentos empresariais, pesquisas práticas, utilitárias, produtividade, essas são as palavras de ordem do discurso neoliberal para a Educação. O que significam?

O termo qualidade total aproxima a escola da empresa. Em outras palavras, trata-se de rimar a escola com negócio. Mas não qualquer negócio. Tem de ser um bem administrado. O raciocínio neoliberal é tecnicista. Equaciona problemas sociais, políticos, económicos como problemas de gerência adequada e eficiente ou inadequada e ineficiente. Por exemplo, ao comparar a escola pública de primeiro e segundo ciclos à escola particular, a retórica neoliberal diz que a qualidade da primeira é inferior à da segunda porque a administração da escola pública é ineficaz, desperdiça recursos, usa métodos atrasados. Não levando em conta a diferença social existente entre ambas, nem a magnitude do capital económico de cada uma. Assim, a noção de qualidade traz no bojo o tecnicismo que reduz os problemas sociais a questões administrativas, esvaziando os campos social e político do debate educacional, transformando os problemas da Educação em problemas de mercado e de técnicas de gerenciamento.

Enquanto o liberalismo político clássico colocou a Educação entre os direitos do homem e do cidadão, o neoliberalismo, promove uma regressão da esfera pública, na medida em que aborda a escola no âmbito do mercado esvaziando, assim, o conteúdo político da cidadania, substituindo-o pelos direitos do consumidor. É como consumidores que o neoliberalismo vê alunos e pais de alunos. A seguinte recomendação do Banco Mundial exprime esta visão: a redução da contribuição directa do Estado no financiamento da Educação. Parte do que actualmente é gratuito deveria tornar-se serviço pago pelos estudantes que, para tanto, receberiam empréstimos do Estado ou bolsas.
Em vez do Estado financiar directamente a Educação, deveria dar bónus aos pais dos alunos, isto é, uma quantia de dinheiro suficiente para que eles, vistos como consumidores, matriculem seus filhos numa escola de seu agrado.
Como observamos, a novidade, se é que assim se pode chamar, do projecto neoliberal para a Educação não é só a privatização. O aspecto central é a adequação da escola e da universidade pública e privada aos mecanismos de mercado, de modo que a escola funcione à semelhança do mercado.
No que diz respeito à universidade pública, o discurso neoliberal condena o populismo, o corporativismo, o ensino ineficaz e a falta de produtividade, Nesta retórica maniqueísta, todas essas palavras soam como atributos negativos. Mas serão negativos? Com o termo populismo critica-se desde a relação dialogante entre professores e alunos até o funcionamento da democracia universitária, as eleições, as campanhas eleitorais. Com a palavra corporativismo a retórica neoliberal ataca desde os direitos dos funcionários, que passam a ser chamados de privilégios, até as reivindicações salariais. A expressão "falta de produtividade" tem em contrapartida a produtividade da pesquisa relevante, isto é, utilitária, bem financiada, altamente rendosa, segundo critérios mercantis.
No fundo, com estas críticas, percebe-se que o que incomoda os neoliberais é a liberdade académica, o distanciamento da universidade pública em relação aos mecanismos de mercado, a ausência de submissão aos critérios da produção industrial da cultura.
Em suma, o neoliberalismo apresenta-se como uma ideologia progressista, de acção - que tem a história do seu lado, está com o processo de globalização, da internacionalização da economia, com uma confiança cega no mercado e nos novos conceitos de gerenciamento empresarial, nos quais os problemas sociais e políticos ficam reduzidos a uma questão técnica de gestão, contudo em realidade, ao contrário, acaba por mostrar a sua face de clara reacção. Reacção aos direitos sociais, à participação do Estado em políticas sociais, o que implica regressão da esfera pública numa época de aumento das desigualdade existentes.

(extracto de um trabalho de Sonia Alem Marrach)

“Oposição, de manhã, à tarde e à noite”


quarta-feira, dezembro 19, 2007

Os neologismos neoliberais


A teoria neoliberal, apesar de se apresentar como novidade tresanda a mofo.
Faz a felicidade de qualquer oligarca, que vê agora finalmente o Messias de há muito ansiado. Com a sua aplicação tardia, chega agora a hora da libertação tão desejada.
O neoliberalismo, não teve na Europa e no Mundo, a sua aplicação natural no pós guerra, pela simples razão que a sua vivência suscitaria a revolta dos povos europeus influenciados pelas doutrinas “libertadoras” então em pratica na URSS. O desenvolvimento capitalista, perante este cenário de Leste, com fundamentados receios, obrigou-se a dar um passo atrás. Mas logo que liberto de tais preocupações, eis que novamente ressurge, com ímpeto redobrado, recomeçando a sua natural evolução no preciso ponto em que a deixou. O capitalismo “selvagem” com a sacralização do mercado em toda a sua pujança.
Na tentativa de “esconder” a sua própria natureza egoísta e desprovida de valores humanos, tal como hoje os conhecemos, a ideologia neoliberal esforça-se pela apresentação “anti-histórica” do capitalismo contemporâneo, apresentando-o como algo de novo, através de um arsenal de neologismos.
Nesta tentativa de destruir a perspectiva histórica dando novos nomes a velhos conceitos, surgem assim neste arsenal de neologismos neoliberais pseudo conceitos como a globalização, os novos actores, pós-modernidade, informalidade, novas centralidades, planeamento estratégico, exclusão social, sustentabilidade, etc.
O seu objectivo será apenas o de encobrir o sentido de conceitos pré existentes bem definidos, substituindo-os e dando a ilusão “do novo” enquanto fazem perder toda a sua perspectiva histórica.




velasques

jackson pollock

terça-feira, dezembro 18, 2007

Os filhos do 25 de Abril


Os 36 arguidos do caso UGT/FSE foram esta segunda-feira absolvidos do crime de fraude e plano criminoso. O Tribunal da Boa-Hora apenas considerou atribuível o crime de burla na forma tentada ao dirigente do sindicato José Manuel Veludo, mas já prescrito.
O processo remonta a 1988/89 e tinha como arguidos, entre outros, o actual secretário-geral da UGT, João Proença, o seu antecessor, José Manuel Torres Couto, o antigo tesoureiro José Veludo e o também ex-dirigente Rui Oliveira e Costa.

Como é possível que um processo iniciado em 1988 só agora tenha o seu desfecho. Os responsáveis pelo estado calamitoso da Justiça em Portugal (e não apenas da Justiça) têm um nome – os políticos que nos têm (des)governado nas últimas décadas, os “democratas” filhos do 25 de Abril. A eles, e só a eles, devemos responsabilizar pelo estado miserável a que chegou o País, na Justiça, na Educação, na Segurança, na Saúde, na Economia. E continuam a nada fazer para alterar o que quer que seja, bem pelo contrário, pelas pedidas já tomadas e anunciadas só poderemos esperar o agravamento do estado actual das coisas.
Num processo que remonta a 2001 só agora foi ouvido no Tribunal de Cascais o antigo presidente PS da Câmara de Cascais José Luís Judas, como arguido num processo que envolve terrenos e um empreiteiro ligado a empreendimentos urbanísticos. Só agora, passados 6 anos!
Outros processos, por esse País fora, encontram-se em idênticas condições. Entretanto o nosso ministro com, grande contentamento, entretém-se a inaugurar novos Palácios de Justiça.

os sinais...


O poder de compra dos portugueses registou uma quebra no ano passado, tendo descido para os 75% da média europeia, contra os 76% verificados em 2005. Segundo os dados divulgados pelo Eurostat, Portugal encontra-se já abaixo da Eslovénia e da República Checa, estando a Grécia bastante acima do nosso país (98%).
Natal em París. Uma enorme árvore de Natal nas Galerías Lafayette da capital francesa.


Palestinos durante el funeral de un militante de la Yihad islámica en Gaza. Es uno de los nueve militantes muertos durante un ataque aéreo del ejército israelí. (20 minutos)


georg baselitz


graça

segunda-feira, dezembro 17, 2007

A cartilha neoliberal


Os fundamentos da doutrina neoliberal são exactamente opostos aos fundamentos doutrinários do marxismo-leninismo. Se uma considerava o homem como ser eminentemente social, e elevava o ser social, o ser colectivo, ao seu expoente máximo com total desprezo pelo ser individual, o neoliberalismo manifesta-se exactamente ao contrário. Ergue o ser individual à sua expressão maior, considerando-o agora como o motor da História, como o herói do desenvolvimento económico e social da humanidade e manifestando igual desprezo pelo ser social.
Se uma advogava um Estado que tudo controlava e planeava ao mais ínfimo pormenor a economia nacional, o outro advoga um “Estado mínimo” que não intervenha minimamente no desenvolvimento económico uma vez que este se basta a si próprio, não precisando de quaisquer “enquadramentos” que, em sua óptica, resultam sempre como obstrução ao natural desenvolvimento da economia (a economia rege-se por si e qualquer enquadramento resulta sempre em perturbação do normal funcionamento do mercado).
Consideramos que ambas as ideologias não respondem à verdadeira natureza do homem, pelo que, os estados que basearam as suas politicas com base em tais teorias, uns mergulharam na estagnação económica e empobrecimento generalizado das suas populações, os outros com promessas “inovadoras”, acabarão por conduzir igualmente os seus povos para um mesmo destino, gradual empobrecimento e aprofundamento acentuado das desigualdades sociais, com uma estagnação económica como corolário.
Na verdade o homem contém em si e vive em permanente contradição entre o ser social e o ser individual. O homem existe em unidade dialética e em permanente conflito com estes dois contrários – o ser individual e o ser social. E qualquer doutrina que não tenha esta realidade em consideração estará inexoravelmente votada ao fracasso. Por mais roupagens de “modernidade” com que se venha a mascarar.

Princípios básicos da cartilha económica neoliberal

- mínima participação estatal nos rumos da economia de um país;
- pouca intervenção do governo no mercado de trabalho;
-previdência pública apenas para os miseráveis, os que “não deram certo”;
-protecção social tratada como questão individual, como decisão pessoal de se prevenir;
- direitos dos trabalhadores tratados como privilégios, fruto de populismo, e causa de desemprego e de ineficiência económica;
- política de privatização de empresas estatais;
- privatização dos serviços públicos, mesmo os considerados essenciais para a sociedade (água, luz, telefone, educação, saúde, previdência, etc.).
- livre circulação de capitais internacionais e ênfase na globalização;
- abertura da economia para a entrada de multinacionais;
- adopção de medidas contra o proteccionismo económico;
- desburocratização do Estado: leis e regras económicas mais simplificadas para facilitar o funcionamento das actividades económicas;
- diminuição do tamanho do Estado;- posição contrária aos impostos ;
- aumento da produção, como objectivo básico para atingir o desenvolvimento económico;
- contra o controle de preços dos produtos e serviços por parte do Estado, ou seja, a lei da oferta e procura é suficiente para regular os preços;- a base da economia deve ser formada por empresas privadas;
- despolitização da política económica, fim da macroeconomia: políticas macroeconómicas apresentadas como técnicas rígidas, divididas apenas em “responsáveis” ou “populistas”;
-enfraquecimento dos sindicatos;

Milton Friedman (um dos seus teóricos) afirma que se há desemprego então deverão reduzir-se os salários. Se esta diminuição dos salários não é capaz de gerar emprego, então é preciso continuar a baixar os salários. Para que os salários possam baixar, devem desaparecer os Sindicatos, já que estes não permitem que haja uma “livre” contratação da mão-de-obra, impedindo que o valor da força de trabalho se fixe pelas leis de mercado. Se os Sindicatos fazem subir o salário, isto leva a reduzir o nível de emprego.


Palestinian Hamas supporters attend a rally organised by the Hamas movement to celebrate the 20th anniversary of its foundation, in Gaza December 15, 2007. Hamas threatened to launch a new uprising against Israel on Saturday when hundreds of thousands of Islamist supporters rallied in Gaza City to mark the group's 20th anniversary. (GAZA) (reuters)

Sentimientos románticos es el nombre de esta obra hecha para el festival internacional de escultura en nieve de Harbin, China. (20 minutos)



magritte

sexta-feira, dezembro 14, 2007

O figurino neoliberal


"Esta uniformização politica não distingue os social democratas dos democratas cristãos na Alemanha, nem os trabalhistas dos conservadores no Reino Unido, nem os populares dos socialistas em Espanha, nem os Prodis dos Berluskonis em Itália, nem os social democratas d os socialistas em Portugal. Todos usam o mesmo figurino político".

Este figurino é o chamado neoliberalismo. O seu fundamento ideológico reside em considerar o indivíduo como factor único e determinante no desenvolvimento das sociedades. O ser social não existe, é uma abstracção criada por esquerdistas e marxistas. Para tal doutrina apenas o ser individual faz girar o mundo. O individualismo é erguido ao seu mais elevado expoente. A solidariedade, fraternidade, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência, são conceitos riscados da cartilha neoliberal. Os cidadãos são vistos só e apenas como consumidores. Para o neoliberalismo os direitos do consumidor são mais importantes do que as liberdades democráticas.
O neoliberalismo representa um retrocesso Social e Politico e corresponde a um mundo desprovido de valores éticos.
Atribui à participação do Estado em políticas sociais a fonte de todos os males da situação económica, como o défice público, a fraca produtividade da economia, a inflação, a ineficiência dos serviços devido aos privilégios dos funcionários. Defende reformas na Administração Pública, fala em reengenharia do Estado para criar um "Estado mínimo", afirmando que sem essas reformas o país corre o risco de não ingressar na "nova ordem mundial". Contudo, ele apresenta-se como o paladino da Democracia, da distribuição da riqueza e da redução das desigualdades sociais, embora promova activamente o contrário.

Para o neoliberalismo “os homens não nascem iguais, nem tendem à igualdade. Logo, qualquer tentativa de suprimir a desigualdade é um ataque irracional à própria natureza das coisas. Deus ou a natureza dotou alguns com talento e inteligência mas foi avaro com os demais. Qualquer tentativa de justiça social torna-se inócua por que novas desigualdades fatalmente ressurgirão. A desigualdade é um estimulante que faz com que os mais talentosos desejem destacar-se e ascender ajudando dessa forma o progresso geral da sociedade. Tornar iguais os desiguais é contraproducente e conduz à estagnação. Segundo W. Blake: "A mesma lei para o leão e para o boi é opressão!". O seu lema: cada um por si e Deus por todos. As relações sociais resumem-se às relações de mercado. Tudo o resto são manifestações de indolência, parasitismo e comodismo. Os neoliberais odeiam as pessoas e veneram os consumidores. É uma sociedade sem rosto humano aquela que advogam.

Consideram como princípio, que a sociedade “é o cenário da competição, da concorrência. Se aceitamos a existência de vencedores, devemos também concluir que deve haver perdedores. A sociedade teatraliza em todas as instâncias a luta pela sobrevivência. Somente os fortes sobrevivem cabendo aos fracos conformarem-se com a exclusão natural. Esses, por sua vez, devem ser atendidos não pelo Estado, que estimula o parasitismo e a irresponsabilidade, mas pela caridade feita por associações e instituições privadas, que amenizam a vida dos infortunados. Qualquer política de assistência social mais intensa atira os pobres nos braços da preguiça e da inércia .Os ricos são a parte dinâmica da sociedade. Deles é que saem as iniciativas racionais de investimentos baseados em critérios lucrativos. Irrigam com seus capitais a sociedade inteira, assegurando sua prosperidade”.

O neoliberalismo mercantilzsa os serviços essenciais, como os sistemas de saúde e educação, fornecimento de água e energia, sem poupar a cultura que é reduzida a mero entretenimento e a arte que passa a valer, não pelo valor estético da obra, mas pela fama do artista.
As políticas neoliberais não têm conduzido ao proclamado crescimento económico reflectido na melhoria das condições de vida da população mas, ao contrário, têm fomentado e ampliado as desigualdades sociais, com o crescimento a ocorrer apenas para as minorias de mais altos rendimentos.


"Eu, enquanto homem, não existo somente como criatura individual mas me descubro membro de uma grande comunidade humana. Ela me dirige, corpo e alma, desde o nascimento até a morte, Meu valor consiste em reconhecê-lo. ( Albert Einstein)


Ataque en un funeral. Un palestino herido, transportado al hospital tras la explosión de una bomba durante un funeral que se celebraba en Gaza. Al menos 20 personas resultaron heridas.



claes
Paris Hilton posa en la imagen en un desierto, completamente desnuda y cubierta de oro para promocionar la bebida Rich Prosecco, un espumoso en lata. (20 minutos)


david maclaevy

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Será utopia?


Será a Social-Democracia a ideologia que encerra em si, que incorpora, o princípio da unidade dialética entre o ser social e o ser individual, tendo como expressão de Estado a Democracia Politica, um homem um voto e a vontade politica dos cidadãos expressa nos resultados de eleições democráticas.

Mas bastará, só por si, a existência de eleições para se considerar uma sociedade, um Estado como democrático? Sendo uma condição necessária mas estará longe seguramente de se considerar condição suficiente. O acto eleitoral será apenas o corolário de uma participação activa, diária, continuada, do cidadão na gestão politica da sociedade. Os eleitos são cidadãos iguais, actuando temporariamente como representantes das populações e a cada momento deverão ser intérpretes das suas aspirações. Os eleitos deverão estimular a participação dos cidadãos numa participação social activa, legislando no sentido favorável a esse envolvimento cívico. Os eleitos deverão proporcionar às populações iguais acessos à Educação, Saúde, Justiça, Segurança e outras funções sociais do Estado. O Estado é dos cidadãos, não é dos eleitos.
Fala-se hoje na “qualidade da Democracia”, o que só por si traduz um maior ou menor “desvio democrático” da acção dos eleitos para com as expectativas dos seus eleitores. O afunilamento das leis que retiram espaço de participação social aos cidadãos e permitem aos governantes uma gestão politica e social do Estado mais autocrática parece estar na moda nesta Europa do início do século XXI. Estamos longe das preocupações sociais manifestadas pelas democracias europeias do pós guerra. Os governos uniformizam-se. A Europa uniformiza-se. Os cidadãos empobrecem e assistem às limitações de acesso à Saúde, Justiça, Educação e outras funções sociais do estado impostas pelos governos. E nos países onde a corrupção da classe política é maior, os cidadãos sofrem dificuldades acrescidas.

E em paralelo com esta progressiva diminuição de “direitos adquiridos” (benefícios social e historicamente conquistados e como tal plenos de direito) assiste-se à paulatina acumulação de capital, à expansão dos monopólios e ao fortalecimento das oligarquias financeiras. À uniformização económica da Europa decorre paralelamente a sua uniformização politica.
A acumulação de capital decorre em paralelo ao retrocesso social.
Esta uniformização politica não distingue os social democratas dos democratas cristãos na Alemanha, nem os trabalhistas dos conservadores no Reino Unido, nem os populares dos socialistas em Espanha, nem os Prodis dos Berluskonis em Itália, nem os social democratas ou os socialistas em Portugal. Todos usam o mesmo figurino político. O figurino imposto pelas oligarquias financeiras europeias e americana de quem são fiéis serventuários.
O cidadão europeu encontra-se encurralado. Como em Portugal, votar no PSD ou votar no PS, votar num qualquer partido de alternância do poder, tem o mesmo significado e consequências. Só difere o discurso das promessas eleitorais. Ainda que, constantemente, pretendam ocultar perante os cidadãos os seus reais objectivos políticos, há momentos em que, pela agudeza dos problemas, acabam por deixar cair a máscara e tornar transparentes os seus propósitos.
Um desses momentos acontece agora com a aprovação do “Tratado Europeu”. Pretendem de todas as maneiras subtrair o Tratado Europeu ao referendo popular, com manobras cada vez mais patéticas. Como antes, ao arrepio da vontade das populações europeias, apoiaram a aventura de Bush no Iraque.
Os povos europeus só poderão sair da camisa de forças em que os colocaram quando souberem erguer uma nova formação política, alheia aos vícios e ao “profissionalismo” dos actuais partidos, assente numa verdadeira ideologia Social Democrata, que usando o poder democrático conquistado em eleições, inverta os desequilíbrios actuais da distribuição da riqueza, impulsione um desenvolvimento económico sustentado e promova a qualidade de vida e ambiental dos cidadãos.

“Não são pessoas. Não são políticos, não são entes reconhecivelmente humanos. São umas montagens publicitárias: polidas , vácuas , inócuas . Heróis de Plástico, uma invenção.” (Vasco Pulido Valente)
Protestas en Atenas. Policías antidisturbios intentan dispersar a los huelguistas que se manifiestan en el centro de la capital griega, donde cientos de miles de trabajadores, entre los que se encuentran profesores, personal de las Aerolíneas Olympic y funcionarios, participan en un paro general de 24 horas contra los planes del Gobierno de reducir las pensiones.


Derechos dibujados. Una viñeta del artista iraní Touka Neyestani, parte de la exposición Trazando los Derechos Humanos, que en la sede de la ONU en Nueva York ha reunido el trabajo de dibujantes de 30 países sobre la Declaración Universal de los Derechos Humanos. (20 minutos)





josé manchado

terça-feira, dezembro 11, 2007

Socialismo ou Democracia Social?


“A parcela de riqueza que é destinada aos salários é actualmente a mais baixa desde, pelo menos, 1960 (o primeiro ano com dados conhecidos). Em contrapartida, a riqueza que se traduz em lucros, que remuneram os detentores do capital, é cada vez mais alta”. A lógica da evolução económica só tem assim, este único sentido - o agravamento, ano após ano, das condições de vida dos cidadãos.

Será entãoque o Homem se conforma com este “empobrecimento” relativo continuado ou, ao contrário, buscará uma nova alternativa mais igualitária?
Certo que as doutrinas marxistas e leninistas de emancipação do homem face ao capitalismo e ao imperialismo, redundaram num fracasso clamoroso. Ao considerarem no desenvolvimento económico e social, como factor principal e único, o colectivismo, desprezando em absoluto o factor individual, as sociedades erguidas e regidas por tais princípios, engendraram dentro de si tais contradições que acabaram por implodir e desacreditar na pratica as teorias em que se apoiavam. Tal não significa que as teorias económicas do desenvolvimento capitalista de Marx se mostrem erradas e, ou, ultrapassadas. Bem pelo contrário, o mundo cada vez mais parece dar-lhe razão. A “globalização” não é mais do que o imperialismo por si caracterizado há mais de um século. As oligarquias financeiras que governam o mundo uma constatação. A corrida dos países imperialistas aos recursos de países do terceiro mundo (petróleo), com utilização da violência quando necessário, uma evidência nos dias de hoje.

Oponho, ao primado do colectivismo, advogado pelos comunistas, a junção dialética do colectivo e do individual. O homem encerrará em si, em permanente contradição dialética, o ser colectivo e o ser individual, sem que qualquer um predomine sobre o outro. Sendo o homem capaz de apresentar o maior dos egoísmos, não é menos verdade que ele poderá demonstrar uma solidariedade extrema. Do egoísmo na estrada de um condutor para com outro, o mesmo homem, é capaz de arriscar a vida para salvar um desconhecido que se debate nas ondas. O homem vive nesta contradição permanente. O ser social não deve ser erguido a uma categoria superior com desprezo absoluto do ser individual. Os dois coexistem em unidade dialética, sem supremacia de qualquer um sobre o outro. Ao considerar o ser social como categoria única, a filosofia marxista abriu caminho às doutrinas leninistas de emancipação do homem através da luta de classes e da ditadura do proletariado e ao aparecimento dos países socialistas. A História provou o erro destes princípios da filosofia marxista e leninista e da ideologia Socialista.

Será a Demcracia Social a ideologia que encerra em si, que incorpora, o princípio da unidade dialética entre o ser social e o ser individual, tendo como expressão de Estado a Democracia Politica, um homem um voto e a vontade politica dos cidadãos expressa nos resultados de eleições democráticas e numa participação activa e constante que assegure um controlo social permanente sobre as instituições e as organizações sociais públicas e privadas.

Cristina Fernández, tras su investidura como presidenta de argentina, camina delante de su esposo, el ya ex presidente Néstor Kirchner, en la sede del Congreso en Buenos Aires. (20 minutos)

mark rothko


joseph puleo

segunda-feira, dezembro 10, 2007

CIMEIRA UE-ÁFRICA


Das sete ou oito medidas de Parceria apresentadas pela União Europeia aos países africanos, só uma terá verdadeiramente o empenho da EU – a parceria económica. As outras farão o papel de figurantes, adornam o bolo, o presente envenenado com que os líderes europeus pretenderam seduzir os africanos. Muito poucos foram atrás da oferta das latas reluzentes que lhes ofereciam. A maioria fez-lhes o manguito. O primeiro dos quais, o presidente do Senegal, que abandonou a Cimeira a meio e os deixou a falar sozinhos.
Mas, este propósito de expansão económica imperialista da EU em África, acelerado agora como resposta à penetração económica da China, e que procura evidentemente trocas desiguais, nada tem a ver com a questão “dos direitos humanos” invocada na Cimeira, mais por pressão da comunicação social do que por qualquer sentimento humanitário genuíno dos lideres europeus. Para Bush e para os líderes europeus, haverá dois tipos de ditadores. Os maus e os bons. Os maus, aqueles que cortaram relações económicas e se manifestam contra os monopólios americanos e europeus, Chávez, Fidel ou Mugabe. Os bons, os presidentes do Sudão, da Arábia Saudita e alguns outros mais, sempre receptivos à politica económica europeia e dos US.
Esta hipócrita atitude de dois pesos e duas medidas, revela o verdadeiro carácter desta politica do expansionismo imperialista europeu e norte-americano. Seguramente que há por esse mundo fora, atropelos horríveis aos direitos humanos, mas para as páginas dos jornais saltam apenas aqueles cometidos em países com politicas económicas contrárias ao expansionismo americano.
Muitos dos cidadãos europeus estarão já conscientes desta hipócrita duplicidade de critérios, ainda que não denunciem e manifestem claramente a sua oposição. No fundo pensarão que uma alteração de “trocas comerciais desiguais para trocas comerciais iguais” poderia de algum modo fazer perigar os seus próprios padrões de qualidade de vida. Assim, tomam como seus os interesses das oligarquias financeiras mundiais, o que manifestamente será errado. Nunca como hoje os interesses dos cidadãos e das oligarquias que nos governam são tão antagónicos. Recordemos mais uma vez aquele Relatório da EU recentemente publicado e que afirma “a parcela de riqueza que é destinada aos salários é actualmente a mais baixa desde, pelo menos, 1960 (o primeiro ano com dados conhecidos). Em contrapartida, a riqueza que se traduz em lucros, que remuneram os detentores do capital, é cada vez mais alta”. A lógica do “desenvolvimento”, envelhecimento económico só tem assim, este único sentido - o agravamento, ano após ano, das condições de vida dos cidadãos.



SÓCRATES NA CIMEIRA UE-ÁFRICA

Un agricultor durante una protesta frente a la embajada de Estados Unidos en Yakarta, Indonesia, para exigir al gobierno estadounidense que reduzca la emisión de gases de invernadero.


Irak en llamas. La refinería Al Dora de Bagdad, tras un ataque con cohetes. (20 minutos)


dan adler

maria rives

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O valor das pessoas

Uma vez mais, as populações que vivem em áreas urbanas por cima das quais estão projectadas ou em construção linhas de alta tensão, agora as de Silves, se manifestaram em Lisboa contra o traçado proposto pela EDP.
Às pretensões das populações que propuseram um traçado alternativo, alega a EDP não poder aceitar tal alternativa uma vez que não é permitido que as linhas eléctricas atravessem espaços do território pertencentes à Rede Natura.

Vamos lá a ver se eu entendo a questão.
Quer dizer, quando os técnicos elaboraram o projecto desta linha de alta tensão, deslocaram o seu traçado para que este não atravessasse a Reserva da Rede Natura mas não se importaram minimamente de o colocar na “Reserva do Aglomerado Urbano”. Assim, colocar a linha sobre as populações e sobre as suas casas não tem qualquer importância o que é preciso é salvaguardar a fauna e a flora da Rede Natura. Ou por outras palavras, a Reserva do Aglomerado Urbano nada vale quando comparado com a Reserva da Rede Natura.
Isto não é apenas absurdo é, além do mais, estúpido, cretino e idiota e só se torna possível num governo que encerra em conjunto todos estes qualificados atributos.

jackson pollock


lukas ptacek

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Monopolismo selvagem


O custo dos novos contadores que a EDP pretende colocar deverá pesar na factura mensal cerca de 3% da factura média actual dos clientes.
Este custo, a suportar pelos clientes, inclui não apenas o contador como também os custos da parceria associada aos sistemas centrais de processamento de dados e aos custos de exploração.
A Autoridade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), a mesma Autoridade que aconselhou acerca de um ano um aumento das tarifas eléctricas de cerca de 16% está afinal a regular o quê? Substitui-se ao operador na apresentação deste investimento, neste activo da empresa, a que propósito? Uma entidade, a ERSE, paga com o dinheiro dos impostos dos portugueses, está afinal ao serviço de quem?
Em Espanha, o governo já garantiu que os custos associados à mudança dos contadores serão suportados exclusivamente pela empresa fornecedora de energia eléctrica.
Arte em Miami Beach


morris louis

alain deljarrie

quarta-feira, dezembro 05, 2007


Duas centenas de gasolineiras portuguesas situadas até 80 km da fronteira podem decretar falência, em 2008, devido à asfixia financeira decorrente da diferença do preço dos combustíveis entre Portugal e Espanha. Nos últimos dois anos, já encerraram 80, resultando na extinção de 2000 postos de trabalho. Os números são revelados pela Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (ANAREC).
A Euribor a três meses, um dos indexantes usados no cálculo da prestação dos empréstimos à habitação, subiu hoje para 4,871% atingindo o nível mais elevado desde Dezembro de 2000.

e nós aqui tão perto


Produção industrial espanhola cresce ao ritmo mais rápido dos últimos seis meses em Outubro.
A produção das fábricas, quintas e minas espanholas registou no décimo mês do ano uma progressão de 2,6% em relação ao período homólogo do ano passado em termos ajustados de calendário, o que configura o maior aumento deste indicador desde Março.


Segundo os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Espanha, este aumento da produção industrial ficou a dever-se ao aumento da procura de bens espanhóis por parte dos restantes países europeus, cujas economias se encontram em franca expansão.(DE)

os sinais...


Sessenta e um processos de despedimento colectivo foram iniciados no terceiro trimestre do ano, abrangendo um total de 968 trabalhadores, de acordo com o Boletim Estatístico de Outubro do Gabinete de Estratégia e Planeamento do ministro do Trabalho, Vieira da Silva (aqui não deve haver erro humano), ontem divulgado.

terça-feira, dezembro 04, 2007

“Oposição, de manhã, à tarde e à noite”


Friday, December 29, 2006
em época de circo...
Faz hoje uma semana, no Conselho Nacional do PSD, depois da intervenção de Marques Mendes, os seus principais críticos, Luís Filipe Menezes e Rui Gomes da Silva, levantaram-se para falar e em tom solene garantiram a Luís Marques Mendes ter o desejo de o poder ver como primeiro-ministro nas eleições legislativas de 2009.
A released Palestinian prisoner is greeted upon arrival at the Muqata presidential compound in the West Bank city of Ramallah December 3, 2007. Israel released 429 Palestinian prisoners on Monday to bolster President Mahmoud Abbas after a U.S.-sponsored conference last week on Palestinian statehood, Israeli officials. (reuters)

pino pascali

john peri

segunda-feira, dezembro 03, 2007

ESTAMOS NO PÂNTANO

Em Outubro o desemprego, em termos homólogos, baixa para 7,2% na Zona Euro e estabiliza a 7% na EU(27).
Em Portugal, o desemprego sobe de 7,8% para 8,5%.

Ninguém se iluda. Estamos na verdade a enterrarmo-nos no pântano. A política que vem sendo seguida pelo governo é absolutamente contrária ao desenvolvimento económico. As “reformas”ensaiadas, tão elogiadas pelos “fazedores de opinião” na comunicação social e pela generalidade da classe politica, são pseudo reformas, desajustadas e mais prejudiciais do que benéficas ao desenvolvimento económico e social do País. Avizinham-se dias mais difíceis ainda, porque a lógica da política económica deste governo a isso conduz. Os dados sobre o desemprego hoje divulgados pelo Eurostat são a demonstração inequívoca do desastre que se abateu sobre os portugueses. Lamentável é que os nossos mais que cretinos e idiotas “fazedores de opinião” já arquitectaram justificações para o facto. Segundo eles esta aceleração do desemprego resulta das “reformas” e da “adaptação” da nossa economia (constituída em 99% por pequenas e médias empresas), aos novos “desafios” da globalização. Com tais justificações estes pulhas fazem acreditar o pacato cidadão que esta desgraça é inevitável. Não referem as causas verdadeiramente responsáveis por este descalabro, os aumentos de impostos (IVA sobretudo), os custos de produção das empresas, exorbitantes quando comparados com o resto da Europa, auto-estradas caríssimas, custos das telecomunicações, da energia, do crédito bancário, dos combustíveis e de outros serviços prestados pelos monopólios (que contrastam com os super lucros que vêm obtendo), indispensáveis à vivência das empresas ou ainda por uma Justiça inoperacional que igualmente afecta a vida económica nacional. O País afunda-se inexoravelmente e cada vez mais, neste pântano socialista, fruto das políticas irresponsáveis deste arrogante, ignorante e incompetentíssimo governo.


Marcadores: ,



george segal