domingo, julho 20, 2008

aumentos salariais intercalares


Agora, os nossos conhecidos economistas do “sistema”, em comunhão com o governo e a própria oposição, face aos dados agora divulgados pelo INE do aumento do índice de inflação que se verifica e que vai muito para além daquele que foi referência para os aumentos salariais no inicio do ano, do alto das suas cátedras, vá de contrapor que um aumento intercalar de salários só iria agravar a situação económica do País. E explicam – com um aumento intercalar de salários, haveria um maior poder de compra o que acarretaria um maior consumo de bens o que, por sua vez, ocasionaria uma subida da inflação.
Esta tese, pretensamente “científica” não é apenas “errada” mas moralmente condenável. Portugal, de acordo com os dados do Eurostat, não tem apenas 20% de pobres (a maioria dos quais são trabalhadores com salário). Possui também os salários mais baixos da Zona Euro. Em Portugal as despesas com a protecção social representam 24,9 por cento do produto interno bruto, longe da média da UE, de 27,3 por cento. A taxa de risco de pobreza após transferências sociais (20 por cento em 2004) e as desigualdades na distribuição dos rendimentos (rácio de 8,2 no mesmo ano) são das mais elevada na EU. Somos o terceiro país onde as pessoas trabalham mais anos e se reformam mais tarde da Europa a 25. Somos o país onde o fosso salarial entre os mais ricos e os mais pobres voltou a bater recordes, estando quase duas vezes acima da média europeia a 15. Nos últimos cinco anos, duplicaram os trabalhadores a prazo. Contudo, com uma economia praticamente parada, as cem maiores fortunas do país cresceram quase 40% no último ano.

Na profunda crise social em que vivemos, não é apenas profundamente imoral, mas desprezível e vergonhoso que se procurem argumentos ardilosos e falaciosos para não repor o poder de compra contratualizado no início do ano. O aumento intercalar é um direito que assiste aos trabalhadores e que não deveria sequer ser questionado pelo governo. Ao não actualizar os salários dos trabalhadores, o governo está a aproveitar-se da situação para reduzir objectivamente os seus salários reais. É um comportamento indigno e miserável deste governo “socialista”.

Este aumento salarial intercalar, originaria um volume relativamente pequeno de dinheiro em circulação, pelo que não haveria o perigo propagandeado tão ardilosamente pelos “nossos economistas do sistema”. Aliás, poder-se-ia sempre contra argumentar - ao maior consumo daí resultante (do aumento intercalar) corresponderia uma maior procura que resultaria numa maior produção de bens, provocando por sua vez um maior crescimento económico e assim maior receita dos impostos, IVA e IRC.

O Presidente da Republica tem o dever constitucional de numa ocasião destas ser activamente solidário com os trabalhadores do seu País.
Protesta al desnudo contra el uso de pieles de oso en los sombreros de la guardia real británica ante la embajada de Reino Unido. (20 minutos)

La compañía 'Strange fruit' realizando una 'performance' de su obra en Los Ángeles, Estados Unidos
La venezolana Dayana Mendoza posa en el centro vacacional de Diamond Bay de Nha Trang, Vietnam, la mañana siguiente a ser proclamada Miss Universo 2008.

sábado, julho 19, 2008

O pior Presidente da República depois do 25 de Abril


Desiludam-se todos aqueles que, após Ferreira Leite assumir a liderança do PSD, alimentaram o desejo de ver o Presidente da Republica ser crítico em relação ao governo.
Cavaco Silva, o próprio, quis deixar isso bem claro, ao confidenciar aos portugueses, que todas as suas intervenções públicas, (intervenções que têm primado por uma súmula de banalidades diga-se de passagem) vão primeiro ao confessionário de Sócrates, não vá o presidente “surpreender” o primeiro-ministro com as suas palavras.
Ora, a Constituição Portuguesa não exige do presidente da república, um clima de conflitualidades permanentes (e muitas vezes gratuitas como tivemos num passado recente) com o primeiro-ministro, mas exige que o presidente, face à grave crise social em que vivemos, resultado das politicas do governo, contrárias alias, às suas promessas eleitorais, interrogue o primeiro ministro sobre a situação social do País. Recordo que Cavaco Silva, passado um ano do seu mandato, prometeu aos portugueses que no ano seguinte iria cobrar do governo os resultados da sua governação. Por alguma razão, talvez porque os resultados foram afinal o contrário do que o presidente esperava, o certo é que tal cobrança nunca aconteceu.
Os portugueses não vivem em Monarquia nem o presidente da republica portuguesa deverá ter o mesmo comportamento politico que os monarcas das monarquias europeias. O presidente da república portuguesa não pode limitar-se a ser simpático e a correr o País em visitas de cortesia.
Os portugueses custeiam com os seus impostos uma instituição para que ela lhes seja útil e cumpra com as suas obrigações constitucionais. E, neste caso, exige-se que o presidente não tenha apenas palavras de consolo, mas reflicta bem com os portugueses se as politicas deste governo são as mais apropriadas e desejáveis para o desenvolvimento económico e social dos cidadãos. Optando pelo silêncio, Cavaco Silva não poderá deixar de ser igualmente responsável pelo desastre económico e social que atinge o País.
Será bom recordar ainda, que quando no Reino Unido as despesas com a rainha e a monarquia se elevam a cerca de 80 cêntimos por cidadão, por cá, cada português paga 1,5 euros anualmente para custear a presidência da república.

sexta-feira, julho 18, 2008

corruptos ou incompetentes?


Na UE27, a evolução do PIB, em percentagem de variação em relação ao trimestre anterior foi de alta, mais 0,7.
Em Portugal a evolução relativamente ao mesmo período, foi de baixa, menos 0,2.
Isto significa, que enquanto a Europa cresce, nós diminuímos. Isto é, acentuamos a divergência. (dados do Eurostat)

A crise internacional não é a principal causa para o ritmo de crescimento lento que Portugal irá continuar a apresentar durante este e o próximo ano.
(FMI).

Apesar do FMI não conhecer ou reconhecer as verdadeiras causas do nosso miserável crescimento económico e, portanto, ser incapaz de formular medidas correctas e eficazes de combate a esse paupérrimo crescimento, numa coisa tem razão - a crise internacional não é de facto a principal causa deste fraco crescimento.
Torna-se deveras caricato, assistirmos às argumentações falaciosas dos nossos “economistas” do “sistema” que colocam, todos eles, como a principal causa do fraco crescimento económico nacional a crise internacional, agora desmentidos tão categoricamente pelo FMI.
No plano interno, o indicador de clima económico, já disponível para Junho, e o indicador de actividade económica, disponível para Maio, agravaram-se significativamente. Ao nível da procura interna, o consumo privado terá desacelerado em Maio, em resultado da deterioração observada quer no consumo corrente, quer no duradouro. O indicador de investimento também apontou para um abrandamento desta variável em Maio, devido ao agravamento apresentado em todas as componentes, mas sobretudo na de construção.
Ainda relativamente a Maio, em termos nominais, ter-se-á verificado uma desaceleração das exportações (4,8 p.p.).
Em Junho, a inflação homóloga foi de 3,4%, mais 0,6 p.p que no mês anterior, atingindo o máximo dos últimos dois anos. (INE17/07/08)


As estimativas mais recentes apontam para que o Produto Inter no Bruto (PIB) tenha aumentado 1.9 por cento em 2007. A actual projecção contempla um crescimento de 1.2 por cento em 2008 e de 1.3 por cento em 2009, valores ainda inferiores ao ponto médio das projecções para a área do euro publicadas no Boletim Mensal do BCE de Junho de 2008. Em comparação com as projecções publicadas no Boletim Económico do Inverno de 2007, o ritmo de crescimento foi substancialmente revisto em baixa em 2008 e 2009 (-0.8 pontos percentuais (p.p.) em 2008 e -1 p.p. em 2009).
As actuais projecções apontam para um fraco crescimento da economia portuguesa em 2008 e 2009. (Banco de Portugal, Boletim Económico-Verão2008)
Un momento del espectáculo 'Dulce Estrellla', con la cantante portuguesa Dulce Pontes y la cantaora granadina Estrella Morente. (elpais)

gabriella kun

segunda-feira, julho 14, 2008

O ESTADO DA NAÇÃO

O estado da Nação (I)
Corrupção Institucionalizada
Há não muitos meses atrás, prometia Sócrates e Teixeira dos Santos que Portugal, face às medidas levadas a cabo pelo governo, se encontrava em condições de responder a qualquer crise económica exterior.
Agora, poucos meses volvidos, afirma Sócrates precisamente o contrário, responsabilizando a crise internacional pela crise económica que o País atravessa.
Trata-se, evidentemente, de uma manobra política tentando enjeitar responsabilidades que lhe cabem a si por inteiro. Claro que a crise económica internacional acelerou e trouxe à tona da água, a profunda crise económica e social em que nos encontramos mergulhados. Mas a “nossa crise” tem raízes profundas, estruturais, perdura e vem-se agravando de há longos anos para cá. Sobretudo a partir de 1995, e tem como causa a Corrupção Institucionalizada que os líderes políticos instauraram no País.
Mas o que é isso de Corrupção Institucionalizada?
Quando se criam órgãos do Estado, quer na Administração Central quer nas Autarquias, não por racionalidade e, ou eficácia de gestão, mas tendo como objectivo primeiro criar o órgão ou a empresa por si mesmo e dar remunerações e benefícios principescos a gestores e administradores das suas clientelas partidárias, a isto só poderá chamar-se Corrupção Institucionalizada. É o que acontece com as Comissões, Autoridades, Gabinetes, Agências e um sem fim de outros órgãos do Estado, e paralelamente com as empresas municipais nas Autarquias. Destroem-se as Direcções Gerais e os Departamentos Municipais para darem lugar a estas novas entidades sem qualquer racionalidade ou benefício para o País e para os cidadãos. Será que porventura, com estas mudanças, com estas “reformas”, os cidadãos viram melhorar os serviços prestados pelo Estado e pelas Autarquias? Será que a Segurança, a Justiça, a Educação ou a Saúde melhoraram? Trata-se, evidentemente, de uma “operação politico-administrativa” economicamente desastrosa.
Mas o desastre económico e financeiro não advém apenas dos custos de exploração exponenciais destes novos órgãos, mas dos custos financeiros colaterais provocados pela incompetência da generalidade dos gestores e administradores nomeados para eles por compadrio político. Esta nova elite de políticos gestores, conhecem bem, que foram nomeados pela sua fidelidade partidária e não pela sua competência de gestão. Entendem bem que o governo lhes perdoará todos os erros e disparates económicos que praticarem nos seus cargos mas, por outro lado, conhecem melhor ainda, que não podem falhar no apoio político que lhe prestam. Desastres económicos em operações financeiras, como os investimentos das Águas de Portugal no Brasil e Angola (agora tornados públicos pelo Tribunal de Contas) ou os da Portugal Telecom no Brasil, serão sempre desculpáveis. A infidelidade política essa, nunca o será.
Os custos financeiros e económicos para o País provocada pela má gestão e incompetência desta nova classe de gestores políticos, será seguramente elevadíssima.
Acreditamos que se contabilizarmos os custos financeiros do País provocados pela Corrupção Institucional esta não deverá ser inferior a 10% do PIB, cerca de 16.000 mil milhões de euros. É esta a verba que deveria circular pela economia nacional e que, todos os anos, é retirada do seu circuito normal. É esta a razão pela qual a economia nacional não poderá crescer e afirmar-se naturalmente como devia, independentemente das condições mais ou menos favoráveis da economia internacional.
E, como não será previsível que a nossa classe política abdique voluntariamente de tais privilégios, será certo que o futuro que nos aguarda consistirá inexoravelmente no agravamento da situação económica e social do País, com novos aumentos de impostos e mais cortes nas Funções Sociais do Estado, independentemente da evolução económica internacional.
O estado da Nação (II)
A economia e os economistas do “sistema”

Por alguma razão, todos os nossos badalados e mediáticos economistas, desde Ferreira do Amaral, Miguel Beleza, Manuel Bessa, Eduardo Catroga, Augusto Mateus, Silva Lopes, António Borges, César das Neves, Mira Amaral ou Teodora Cardoso, todos eles, em suas análises económicas sobre a economia do País, apresentam a mesma unicidade de respostas. O País vive com um Despesa Pública exagerada e haverá que “reformar” a Administração do Estado. Estas preconizadas “reformas” são coincidentes, todas elas, em dois únicos objectivos. De um lado, a exigência da redução das despesas nas Funções Sociais do Estado, por outro, na necessidade do aumento de impostos. Segundo eles, estas medidas tornam-se indispensáveis à diminuição do Défice Público e ao relançamento da economia nacional. Recorde-se a recente critica a uma só voz, da redução do IVA de 21% para 20% e da pretensa redução do imposto sobre os produtos petrolíferos.

Na sua retaguarda, dando eco às suas formulações analíticas, encontramos os “jornalistas” pretensos peritos em áreas económicas, que se multiplicam nas televisões e nos diferentes outros órgãos da comunicação social, em comentários e entrevistas, todos e todas elas, em sagrada comunhão com tão sábias receitas.

São economistas que vivem do “sistema” e para o “sistema”. Na generalidade fazem a sua vidinha trocando os lugares dos ministérios com os lugares na administração das grandes empresas e vice-versa, numa total promiscuidade política. São economistas necessários e indispensáveis a este “sistema” político de corrupção institucionalizada em que vivemos.
Não será portanto de estranhar, que as receitas que saem daquelas cabeças não ponham em causa o “sistema” e, ao contrário, contribuam antes para a sua perpetuação.

Torna-se evidente para o mais comum dos cidadãos, que a qualidade e a extensão dos serviços prestados pelo Estado são maus e reduzidos se comparados com a receita dos impostos que pagamos. É comum ouvir dizer-se que pagamos impostos como na Suécia mas não temos nem de perto nem de longe serviços sociais e apoios estatais semelhantes.
Na verdade, face aos impostos que pagamos, os serviços prestados pelo Estado são maus e estão muito aquém do desejável. Na Justiça, na Educação, na Segurança, na Saúde, no apoio aos idosos, aos deficientes, às famílias, aos reformados, aos desempregados. Enfim, pagamos a mais ao Estado e recebemos a menos do Estado.
Andámos a apertar o cinto, com aumento de impostos e cortes nas funções sociais do Estado, com a promessa do Éden. Afinal o futuro que hoje já vivemos tornou-se mais sombrio e um inferno para muitos portugueses.
O “sistema”, que os nossos políticos tão bem souberam erguer ao longo dos últimos anos, absorve toda e qualquer receita proveniente de qualquer aumento de impostos ou de qualquer receita proveniente de cortes nas funções sociais do Estado. É um polvo gigantesco, que de ano para ano, se torna cada vez mais voraz e insaciável e que vem consumindo o esforço e o trabalho da esmagadora maioria dos portugueses.

Os nossos economistas do “sistema” deveriam compreender que, face ao atraso económico e social do País, não são admissíveis mais cortes sociais ou mais aumento de impostos e que a redução da Despesa Pública nunca deveria ser alcançada por esta via.

A redução da Despesa Pública indispensável e necessária para o relançamento da economia nacional, exige a extinção da grande maioria dos órgãos do Estado criados nos últimos anos, (comissões, autoridades, agências, inspecções, fundações, conselhos, auditorias, institutos, centros, fundos, gabinetes, etc, e a integração destes serviços em Direcções Gerais após um verdadeira reforma da Administração Pública. Extinção igualmente da esmagadora maioria das empresas municipais criadas à semelhança e com os mesmos propósitos daqueles órgãos do Estado. Extinção dos governos civis e redução do numero de deputados. Redução das remunerações e demais regalias dos gestores públicos. Nomeação dos cargos públicos e gestores públicos por avaliação de curriculum em concursos universais e não por nomeação política. Aplicação de uma taxa de IRC às instituições financeiras semelhante à aplicada às pequenas e médias empresas. Colocar a Administração Pública a funcionar deixando os serviços de encomendar por sistema “estudos” a empresas privadas e assim poupar as verbas astronómicas que hoje são gastas em “aquisição de serviços”. Inculcar uma cultura de poupança nos serviços públicos e não de esbanjamento de recursos a que hoje assistimos.
Estamos certos, que com tais medidas se obteriam recursos capazes de relançar a economia nacional, melhorar de modo efectivo os serviços prestados pelo Estado, não apenas na Saúde, Educação, Segurança ou Justiça mas também as restantes funções sociais prestadas pelo Estado à generalidade da população e em particular à mais desfavorecida.
Quanto aos nossos economistas, não será seguramente este o caminho que lhes convém, pelo que jamais ouviremos das suas bocas quaisquer propostas semelhantes.

domingo, julho 13, 2008

os economistas do “sistema”


Por alguma razão, todos os nossos badalados e mediáticos economistas, desde Ferreira do Amaral, Miguel Beleza, Manuel Bessa, Eduardo Catroga, Augusto Mateus, Silva Lopes, António Borges, César das Neves, Mira Amaral ou Teodora Cardoso, todos eles, em suas análises económicas sobre a economia do País, apresentam a mesma unicidade de respostas. O País vive com um Despesa Pública exagerada e haverá que implementar “reformas” na Administração do Estado, “reformas” coincidentes todas elas em dois únicos objectivos. Por um lado na redução das Funções Sociais do Estado, por outro na necessidade de aumento de impostos que, medidas segundo eles, indispensáveis à diminuição do Défice Público. Recorde-se a recente critica a uma só voz, da redução do IVA de 21% para 20% e da pretensa redução do imposto sobre os produtos petrolíferos.

Na sua retaguarda, dando eco às suas formulações analíticas, encontramos os “jornalistas” pretensos peritos em áreas económicas, que se multiplicam nas televisões e nos diferentes outros órgãos da comunicação social, em comentários e entrevistas, todos e todas elas, em sagrada comunhão com tão sábias receitas.

São economistas que vivem do “sistema” e para o “sistema”. Na generalidade fazem a sua vidinha trocando os lugares dos ministérios com os lugares na administração das grandes empresas e vice-versa, numa total promiscuidade política. São economistas necessários e indispensáveis a este “sistema” político de corrupção institucionalizada em que vivemos.
Não será portanto de estranhar, que as receitas que saem daquelas cabeças não ponham em causa o “sistema” e, ao contrário, contribuam antes para a sua perpetuação.

Torna-se evidente para o mais comum dos cidadãos, que a qualidade e a extensão dos serviços prestados pelo Estado são maus e reduzidos se comparados com a receita dos impostos que pagamos. É comum ouvir dizer-se que pagamos impostos como na Suécia mas não temos nem de perto nem de longe serviços sociais e apoios estatais semelhantes.
Na verdade, face aos impostos que pagamos, os serviços prestados pelo Estado são maus e estão muito aquém do desejável. Na Justiça, na Educação, na Segurança, na Saúde, no apoio aos idosos, aos deficientes, às famílias, aos reformados, aos desempregados. Enfim, pagamos a mais ao Estado e recebemos a menos do Estado.
Andámos a apertar o cinto, com aumento de impostos e cortes nas funções sociais do Estado, com a promessa do Éden. Afinal o futuro que hoje já vivemos tornou-se mais sombrio e um inferno para muitos portugueses.
O “sistema”, que os nossos políticos tão bem souberam erguer ao longo dos últimos anos, absorve toda e qualquer receita proveniente de qualquer aumento de impostos ou de qualquer receita proveniente de cortes nas funções sociais do Estado. É um polvo gigantesco, que de ano para ano se torna cada vez mais voraz e insaciável e que vem consumindo o esforço e o trabalho da esmagadora maioria dos portugueses.

Os nossos economistas do “sistema” deveriam compreender que, face ao atraso económico e social do País, não são admissíveis mais cortes sociais ou mais aumento de impostos e que a redução da Despesa Pública nunca deverá ser alcançada por esta via.

A redução da Despesa Pública indispensável e necessária para o relançamento da economia nacional, exige a extinção da grande maioria dos órgãos do Estado criados nos últimos anos, (comissões, autoridades, agências, inspecções, fundações, conselhos, auditorias, institutos, centros, fundos, gabinetes, etc, e a integração destes serviços em Direcções Gerais após um verdadeira reforma da Administração Pública. Extinção igualmente da esmagadora maioria das empresas municipais criadas à semelhança e com os mesmos propósitos daqueles órgãos do Estado. Extinção dos governos civis e redução do numero de deputados. Redução das remunerações e demais regalias dos gestores públicos. Nomeação dos cargos públicos e gestores públicos por avaliação de curriculum em concursos universais e não por nomeação política. Aplicação de uma taxa de IRC às instituições financeiras semelhante à aplicada às pequenas e médias empresas. Colocar a Administração Pública a funcionar deixando os serviços de encomendar por sistema “estudos” a empresas privadas e assim poupar as verbas astronómicas que hoje são gastas em “aquisição de serviços”. Inculcar uma cultura de poupança nos serviços públicos e não de esbanjamento de recursos a que hoje assistimos.
Estamos certos, que com tais medidas se obteriam recursos capazes de relançar a economia nacional, melhorar de modo efectivo os serviços prestados pelo Estado, não apenas na Saúde, Educação, Segurança ou Justiça mas também as restantes funções sociais prestadas pelo Estado à generalidade da população e em particular à mais desfavorecida.
Quanto aos nossos economistas, não será seguramente esta a “receita” que lhes convém, pelo que “jamais” ouviremos das suas bocas qualquer coisa de semelhante.


marcos lopes


oscar domínguez


yuryiev

sábado, julho 12, 2008

Afinal on de está a crise na Europa?

97/2008 - 9 juillet 2008

Le PIB de la zone euro et celui de l’UE27 en hausse de 0,7%
+2,1% et +2,3% respectivement par rapport au premier trimestre 2007
Au cours du premier trimestre 2008, le PIB de la zone euro (ZE15) et celui de l’UE27 ont augmenté de 0,7% par rapport au trimestre précédent, selon les deuxièmes estimations publiées par Eurostat, l'Office Statistique des Communautés européennes. Au cours du quatrième trimestre 2007, les taux de croissance avaient été de +0,4% dans la zone euro et de +0,5% dans l'UE27.
En comparaison avec le même trimestre de l’année précédente, le PIB corrigé des variations saisonnières de la zone euro a augmenté au premier trimestre 2008 de 2,1% et celui de l'UE27 de 2,3% après respectivement +2,2% et +2,5% au cours du trimestre précédent.

97/296/2008 - 3 juillet 2008

Mai 2008 par rapport à avril 2008
Hausse du volume des ventes du commerce de détail de 1,2% dans la zone euro
Hausse de 1,3% dans l’UE27
En mai 2008, par rapport à avril 2008, le volume des ventes du commerce de détail a augmenté de 1,2% dans la zone euro2 (ZE15) et de 1,3% dans l’UE272. En avril3, le commerce de détail avait baissé respectivement de 0,6% et 0,4%.
En mai 20084, par rapport à mai 2007, l’indice des ventes a progressé de 0,2% dans la zone euro et de 2,0% dans l’UE27.

domingo, julho 06, 2008

Corrupção Institucionalizada


Há não muitos meses atrás, prometia Sócrates e Teixeira dos Santos que Portugal, face às medidas levadas a cabo pelo governo, se encontrava em condições de responder a qualquer crise económica exterior.
Agora, poucos meses volvidos, afirma Sócrates precisamente o contrário, responsabilizando a crise internacional pela crise económica que o País atravessa.
Trata-se, evidentemente, de uma manobra política tentando enjeitar responsabilidades que lhe cabem a si por inteiro. Claro que a crise económica internacional acelerou e trouxe à tona da água, a profunda crise económica e social em que nos encontramos mergulhados. Mas a “nossa crise” tem raízes profundas, estruturais, perdura e vem-se agravando de há longos anos para cá. Sobretudo a partir de 1995, e tem como causa a Corrupção Institucionalizada que os líderes políticos instauraram no País.
Mas o que é isso de Corrupção Institucionalizada?
Quando se criam órgãos do Estado, quer na Administração Central quer nas Autarquias, não por racionalidade e, ou eficácia de gestão, mas tendo como objectivo primeiro criar o órgão ou a empresa por si mesmo e dar remunerações e benefícios principescos a gestores e administradores das suas clientelas partidárias, a isto só poderá chamar-se Corrupção Institucionalizada. É o que acontece com as Comissões, Autoridades, Gabinetes, Agências e um sem fim de outros órgãos do Estado, e paralelamente com as empresas municipais nas Autarquias. Destroem-se as Direcções Gerais e os Departamentos Municipais para darem lugar a estas novas entidades sem qualquer racionalidade ou benefício para o País e para os cidadãos. Será que porventura, com estas mudanças, com estas “reformas”, os cidadãos viram melhorar os serviços prestados pelo Estado e pelas Autarquias? Será que a Segurança, a Justiça, a Educação ou a Saúde melhoraram? Trata-se, evidentemente, de uma “operação politico-administrativa” economicamente desastrosa.
Mas o desastre económico e financeiro não advém apenas dos custos de exploração exponenciais destes novos órgãos, mas dos custos financeiros colaterais provocados pela incompetência da generalidade dos gestores e administradores nomeados para eles por compadrio político. Esta nova elite de políticos gestores, conhecem bem, que foram nomeados pela sua fidelidade partidária e não pela sua competência de gestão. Entendem bem que o governo lhes perdoará todos os erros e disparates económicos que praticarem nos seus cargos mas, por outro lado, conhecem melhor ainda, que não podem falhar no apoio político que lhe prestam. Desastres económicos em operações financeiras, como os investimentos das Águas de Portugal no Brasil e Angola (agora tornados públicos pelo Tribunal de Contas) serão sempre desculpáveis. A infidelidade política essa, nunca o será.
Os custos financeiros e económicos para o País provocada pela má gestão e incompetência desta nova classe de gestores políticos, será seguramente elevadíssima.
Acreditamos que se contabilizarmos os custos financeiros do País provocados pela Corrupção Institucional não deverá ser inferior a 10% do PIB, cerca de 16.000 mil milhões de euros. É esta a verba que deveria circular pela economia nacional e que, todos os anos, é retirada do seu circuito normal. É esta a razão pela qual a economia nacional não poderá crescer e afirmar-se naturalmente como devia, independentemente das condições mais ou menos favoráveis da economia internacional.
E, como não será previsível que a nossa classe política abdique voluntariamente de tais privilégios, será certo que o futuro que nos aguarda consistirá inexoravelmente no agravamento da situação económica e social do País, com novos aumentos de impostos e mais cortes nas Funções Sociais do Estado, independentemente da evolução económica internacional

sábado, julho 05, 2008

Auditoria do Tribunal de Contas à AdP


Em qualquer país minimamente civilizado, perante resultados semelhantes aos agora apresentados pelo Tribunal de Contas na Auditoria à gestão da empresa Águas de Portugal, não apenas o presidente mas todos os vogais da empresa pediriam de imediato a sua demissão.

Não é o que acontece por cá. Agarram-se com unhas e dentes ao tacho estes “gestores paridos do 25 de Abril” e tentam a todo o custo sacudir a água do capote.
Não têm pingo de vergonha, não se importam sequer de carregarem pela vida fora semelhante vexame.
Relativamente aos carros atribuídos aos administradores, só como exemplo, veja-se como o Tribunal de Contas rebate os argumentos e trata (merecidamente) o presidente da AdP:


“As empresas do Grupo AdP atribuem aos administradores e a alguns dos restantes trabalhadores viaturas de serviço personalizadas(viaturas também para uso privado), substituídas todos os três ou quatro anos, livres de seguros e custos de manutenção, e, ainda, a atribuição de um plafond para combustível.
Entre 2004 e 2006, as sete empresas do Grupo AdP, consideradas no âmbito da auditoria, despenderam cerca de 2,5 milhões de euros comtais viaturas, dos quais 478 ml euros respeitam a combustível. São montantes importantes não apenas pelo seu volume, mas porque foram realizadas por empresas que não revelam saúde económicofinanceira que lhes permita fazer face a tais despesas, o que agrava ainda mais a situação deficitária em que se encontram”,…


Em sede de contraditório, o Presidente do CA da AdP, SGPS, refere que «é importante não esquecer que este grupo de colaboradores tem, pela natureza das funções que exerce, uma disponibilidade permanente que determina que, a todo o momento possa ser chamado para o exercício de trabalho ao serviço da empresa.» Ora, quanto a este argumento, o Tribunal entende que se, por um lado, a disponibilidade permanente fosse argumento para atribuir viaturas de serviço personalizadas, então as empresas do Grupo AdP teriam de atribuir viaturas a muitos mais do que aqueles que já delas beneficiam; por outro lado, tal traduzir-se-ia numa utilização pouco parcimoniosa dos dinheiros públicos.
Un desplazado irakí espera sentado en la puerta de su casa hecha de latas de aluminio en Bagdad, Irak. (el mundo)

Falos de porcelana. Los ceramistas Francisco Figueiredo y su esposa Cassilda trabajan en la realización de penes en su taller de Chao de Parada, Portugal. (20 minutos)

sexta-feira, julho 04, 2008

o menino de ouro




Aqui se reproduzem duas das obras do menino de ouro, quando projectava gratuitamente por terras da Covilhã e que não constam no livro da sua biografia agora publicado.
Tão pouco, nenhuma das duas figuras mais “distintas do sistema”, chamadas ao lançamento do livro e que brindaram Sócrates com os mais rasgados elogios, recordaram os feitos exemplares de Sócrates como “criativo projectista” de raras qualidades estéticas.