domingo, setembro 30, 2012

França: orçamento socialista taxa mais ricos e empresas

O certo é que, após dez anos de governos de direita e de orçamentos conservadores que decapitaram as classes médias e populares, François Hollande elaborou o primeiro orçamento da esquerda. Não há, cabe dizer, nenhuma reorientação substancial. Trata-se sempre de reduzir a dívida e os déficits, mas sem sancionar aqueles que antes pagavam a conta nem desmantelar o pouco que resta do Estado de Bem-Estar.   
O Executivo assegurou que os mais de 24 bilhões que serão arrecadados com os novos impostos virão “unicamente de um em cada dez cidadãos e das maiores empresas”. O cálculo está longe de ser verossímil. O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, assegurou quinta-feira que “90% dos franceses, as classes médias e populares, não pagarão mais impostos. O esforço recairá sobre os 10% que têm mais renda e, entre estes, sobre os 1% mais ricos”. 
Eduardo Febbro – Paris
 (Ler artigo completo em cartamaior)

segunda-feira, setembro 24, 2012

Desiluda-se o governo


Foi sobretudo a classe média, que tem sido a mais espoliada pelas políticas deste governo, que saiu à rua a 15 de Setembro. Foram manifestações com uma adesão em massa, em múltiplas cidades do país, muito para além de qualquer previsão por mais optimista que fosse. A de Lisboa, que me lembre, só terá comparação com a do 1º de Maio de 1974.
As pessoas romperam, e demonstraram-no categoricamente, com as políticas de selvajaria neoliberal que este governo pretende custe o que custar impor aos cidadãos, às famílias e aos trabalhadores portugueses. São medidas contra as pessoas e favoráveis às grandes empresas monopolistas e ao capital financeiro. São medidas contra a esmagadora maioria dos cidadãos e favoráveis a uma pequena minoria.
As pessoas compreenderam que, a austeridade sobre austeridade, imposta por este governo, apenas conduzem o país a uma espiral de miséria e de empobrecimento sem fim. Quando, depois das receitas obtidas, com o corte dos subsídios de Natal e férias dos trabalhadores da função pública e dos pensionistas, com os cortes nas funções sociais do Estado, com o aumento generalizado dos impostos, o défice orçamental atinge em 2012 um valor próximo dos 7% do PIB, tal significa que a receita tão obstinadamente levada a cabo pelo governo é profundamente errada e só levará o país ao desastre e a um país destroçado.  
Desiluda-se o governo se pensa que daqui para a frente as pessoas irão assistir e aceitar pacatamente a destruição das suas próprias vidas. 

domingo, setembro 16, 2012

QUE SE LIXE A TROIKA


Lisboa
Porto
Braga
Aveiro
Caldas da Rainha
Coimbra
Évora
Guarda
Tomar
Beja
Leiria
Faro
Moncorvo
Funchal
Ponta Delgada
Portalegre
Santarém
Portimão
Setúbal
Sines

Povo já temos!
Falta alternativa política e liderança.

quinta-feira, setembro 13, 2012

Terrorismo económico e social

Austeridade sobre austeridade, uma austeridade selvagem sem fim à vista e que não resolve, até Ferreira Leite assim concluiu ontem, nem o problema do défice público, nem o problema da dívida do Estado (124% do PIB em 2013 quando em 2010 era de 93% do PIB), nem o problema económico e financeiro do país. 
Que confiança nos pode merecer um primeiro-ministro que ainda não há um mês afiançava que 2013 seria o ano da recuperação económica? 
 Estamos a ser governados por incompetentes e irresponsáveis que deverão ser julgados criminalmente. Mentiram descaradamente em campanha eleitoral e estão a arrastar o país para uma crise social de que não há memória. Estão a condenar os jovens portugueses a uma vida miserável sem qualquer futuro e a lançar a maioria das famílias na miséria. 
 Sem qualquer perspectiva de melhoria. "Chegaremos a 2014 com o país completamente destroçado", assim referiu ontem e bem Ferreira Leite em entrevista à TVI24.
 Um governo anti-social e completamente insensível ao sofrimento das famílias. Com uma pratica política terrorista económica e socialmente.

segunda-feira, setembro 10, 2012

O silêncio dos "burrinhos"

O homem demorou dia e meio a reagir. A medo e sem grande convicção. 
 Enquanto os mais destacados dirigentes do PS se manifestaram com grande determinação, desde a primeira hora, ao miserável anúncio de Passos Coelho. 
 António Costa, Francisco Assis, Vieira da Silva, para só citar alguns, manifestaram-se inequivocamente pelo chumbo do orçamento. 
 Compreende-se a demora e a indecisão de Seguro. Três dias antes correu ao chamamento de Passos Coelho que lhe terá pintado a coisa muito negra. Que a Troika isto e aquilo, que não há alternativa e que a coisa tinha que ser assim a bem do país. O homem entrou mudo e saiu calado. E calado permaneceu até o seu silêncio se tornar insustentável. Depois falou, com o indolente e fastidioso discurso do costume, mas tendo o cuidado de se distanciar do chumbo do orçamento. 
 Não é uma questão de falta de clarividência ou de tacticismo prudente, não, é burrice, pura e simples.

domingo, setembro 09, 2012

Dos burrinhos não reza a história

O homem tinha todas as condições para um líder da oposição carismático e colher facilmente a confiança dos portugueses.
 Por duas razões.
 Primeiro, porque sempre manteve um certo distanciamento às políticas da governação de José Sócrates. Segundo, porque Passos Coelho se gabava e gaba de ser mais troikista que a própria troika.
 Duas grandes oportunidades para que António José Seguro, aproveitando o descontentamento generalizado que as medidas de selvajaria neoliberal impostas pelo governo provocam nos portugueses, se colocasse a si e ao PS como alternativa credível à actual governação. O distanciamento que manteve com Sócrates identificar-se-ia com um distanciamento ao memorando da Troika, enquanto a gabarolice de Passos Coelho ao anunciar “ir mais longe do que a Troika” lhe permitia, agora que as coisas estão a azedar, distanciar-se do "consenso" e encostar Passos Coelho às cordas.
 Só que os políticos, como o comum dos homens, haverá os inteligentes, os medianamente inteligentes, os pouco inteligentes e os burrinhos. Para azar do PS, Seguro pertence, "seguramente", a este último grupo.