sábado, fevereiro 20, 2016

OPOSIÇÃO INSURRECCIONAL


Esta oposição PàFiana parida pelo governo tóxico de Coelho/Portas não tem um comportamento normal. É um comportamento típico dos insurrectos. E compreende-se porquê.
O anterior governo do PSD/CDS, aproveitou-se da crise financeira internacional e da vinda da Troika para alterar, para romper com o modelo social e económico em que vivíamos desde 1974. De um modelo de “estado social”, Passos Coelho iniciou um processo de transformação deste modelo social para um outro modelo, estruturalmente diferente e com objectivos diferentes, o modelo neoliberal de sociedade. Uma transformação assente na destruição paulatina do estado social, isto é, na destruição do Serviço Nacional de Saúde, da Educação Pública, da Protecção Social Pública e na aniquilação do Património do Estado.
Nos últimos quatro anos assistimos na verdade ao desenrolar de um obscuro e surdo "golpe de estado".
 
Alias, nada que Passos Coelho não tivesse anunciado logo no início do seu mandato quando afirmou:
"Independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”.
Com Passos Coelho, o ajustamento exigido no memorando com a Troika, foi muito mais além do que a simples imposição de uma série de políticas macroeconómicas. Representou um projecto político, una estratégia consciente de transformação social.  
 Quando agora, ainda que timidamente mas inequivocamente, o governo de António Costa inicia a reversão das políticas de destruição do estado social do anterior governo, a oposição PàFiana compreende que tal reversão atinge o coração da sua estratégia de mudança social em que tanto se empenhou nos últimos quatro anos.
Quando vê começarem a ser revertidos os pilares do seu projecto neoliberal, inicialmente e sobretudo na Protecção social, com a reversão dos cortes nos benefícios sociais, abono de família, rendimento social de inserção, rendimento solidário para idosos, na reversão dos cortes nas pensões, no descongelamento das pensões, no aumento do salário mínimo, na reversão dos cortes do salário na função pública, mas também na Saúde com a reversão dos cortes nas taxas moderadoras e na Educação com medidas de reforço da escola pública, mas também na reversão dos impostos sobre quem trabalha, compreende-se a sua fúria, a sua cólera e o seu estado insurreccional.
Hoje, governo e oposição estão de lados opostos. Defendem modelos sociais antagónicos. A oposição mantém o seu objectivo de alterar e substituir o modelo social do “estado social” pelo modelo do estado neoliberal. O governo de António Costa reverte as políticas do governo anterior permanecendo fiel ao modelo do estado social que a Constituição Portuguesa consagra e que desde 1974 nem PSD, nem CDS se atreveram alguma vez a contestar.  
São compreensíveis mas condenáveis naturalmente estas manifestações de insurreição da oposição ao governo de António Costa.