terça-feira, outubro 11, 2016

TUDO E O SEU CONTRÁRIO

Pelos vistos, ao contrário do antigamente onde “as pessoas estavam piores mas a economia estava melhor” agora “as pessoas estão melhores mas a economia está pior”, mas estará de facto a economia pior?
O governo leva apenas 10 meses de governação e, entretanto, o emprego começou a subir, o défice a diminuir, o desemprego a baixar para apenas referir algumas das melhorias conseguidas nestes 10 meses.
 Antes, não se falava em crescimento, só se falava do défice que era preciso alcançar a todo o custo e, privatizava-se e cortavam-se pensões e salários para esse efeito, sem que alguma vez se atingissem as projecções anunciadas e acordadas com a Comissão Europeia. Mas, todos estavam rendidos aos grandes feitos de “melhoria” do défice e o assunto era falado todos os dias e a todas as horas na comunicação social. Agora, que o défice desce abaixo dos 3% e pela primeira vez em muitos anos, ninguém se interessa por isso. É coisa de somenos. Fala-se do crescimento - depois de Passos Coelho ter ganho a medalha de ser o primeiro-ministro depois do 25 de Abril, a deixar o país como menos crescimento, com menos riqueza, com menos PIB, do que aquele que recebeu no início do seu mandato.
 Mas falemos de crescimento. Vejamos o que aconteceu em 2015. Foi simplesmente isto:
“A economia portuguesa cresceu 0,2% nos últimos três meses de 2015, um resultado que confirma o desempenho mais fraco registado na segunda metade do ano passado e que representa o segundo trimestre consecutivo de desempenho mais fraco do que a média da zona euro.
Depois de ter registado nos dois primeiros trimestres do ano (2015) um crescimento do PIB em cadeia de 0,5% e de ter estagnado no terceiro trimestre, a economia portuguesa voltou no quarto trimestre a uma variação positiva. O valor conseguido, de 0,2%, é, contudo, mais moderado do que o apresentado no início do ano. Portugal voltou, tal como já tinha acontecido no terceiro trimestre, a apresentar um desempenho económico que é inferior ao da média dos seus parceiros europeus. De acordo com os dados do Eurostat, a economia da zona euro registou um crescimento em cadeia no quarto trimestre de 2015 de 0,3%, ligeiramente acima dos 0,2% portugueses”.
 Significa isto que uma economia em queda como se verificou nos últimos trimestres de 2015, em rampa inclinada, com uma inércia acentuada, (passou de um crescimento em cadeia de 0,5 para 0,29 não é previsível que ela possa inverter o seu sentido de um ápice, de um momento para o outro. As novas condições levam o seu tempo a dar resultados. A inversão das políticas tóxicas do governo Coelho/Portas levam o seu tempo a dar frutos. Claro que para à direita pafiosa radical nada disto interessa. Diz uma coisa hoje, para amanhã afirmar o seu contrário, como acontece com Coelho e Marques Mendes em vídeos que correm por aí, para gozo da populaça, ao falarem de tudo e do seu contrário, sobre a taxa do imobiliário e o sigilo fiscal.