quarta-feira, maio 17, 2017

ANDA MAL O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Anda mal o presidente da república quando aconselha os portugueses a não se preocuparem em saber a quem pertence os méritos do crescimento económico que se faz sentir desde o segundo trimestre de 2016 e dos resultados positivos da economia com as exportações a crescerem, o desemprego a diminuir, a criação de emprego a aumentar e tudo isto com o défice público controlado e abaixo dos 2%.
Não, os portugueses têm que saber, e a discussão pública deve ser o mais alargada possível, se o modelo neoliberal do PSD/CDS levado ao extremo por Passos Coelho, o modelo “sem alternativa”, da austeridade virtuosa e do empobrecimento redentor, dizia Passos Coelho “Portugal só sai da crise empobrecendo. Não vale a pena fazer demagogia sobre isto, nós sabemos que só vamos sair desta situação empobrecendo – em termos relativos, em termos absolutos até, na medida em que o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está a cair”.
Os portugueses têm que saber, se este modelo neoliberal radical, de cortes nos salários e pensões, de baixos salários, de privatizações, de redução das funções sociais do Estado, este modelo em que “ as pessoas estão piores mas a “economia” está melhor” é aceitável quando comparado com o modelo alternativo do governo de António Costa, o modelo social-democrata de parar com a austeridade e reversão dos cortes nos salários e pensões, com o aumento dos salário-mínimo, com a reposição dos apoios sociais, com o fortalecimento das funções sociais do Estado.
Os resultados estão à vista de todos. O modelo de António Costa não só restituiu e aumentou o rendimento das famílias como colocou a economia a crescer e controlou as contas públicas atingindo um valor do défice absolutamente surpreendente.
Tentar ocultar, dissimular e falsear (como assistimos agora nas televisões pelos comentadores e politólogos neoliberais), os méritos do modelo alternativo do governo não é uma contribuição séria e positiva para o esclarecimento dos portugueses e o fortalecimento da democracia.
Ao contrário, Marcelo deveria encorajar a mais profunda discussão sobre as causas da evolução tão positiva da economia e do clima social que se vive hoje no país.